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Emagrecimento e auto-estima, como foi meu antes e depois

Era outubro de 2011, meu cunhado estava se formando na faculdade e eu precisava de um vestido bem bonitão para a festa. Não queria gastar muito, então fui pra José Paulino procurar alguma coisa que fosse do meu agrado. A grande surpresa, logo na primeira loja: nenhum vestido servia em mim, apenas aqueles de senhora, sabe? E assim foi em praticamente todas as lojas, até que em uma encontrei um modelo ok, pedi logo o tamanho 50 e pronto, comprei. O vestido era lindo, a cor era uma das minhas favoritas, fui ao salão fazer cabelo e maquiagem e nem assim me senti tão bonita quanto deveria. Aquela história de ter ido procurar vestido e ter que limitar minha escolha entre os que serviam estava engasgada. A coisa piorou quando vi uma das fotos da colação de grau e eu quase não me reconheci, de tão gorda que me achei na foto. Pode parecer fútil e besta, mas foram essas as duas coisas que me fizeram pensar em fazer um regime pela primeira vez em muitos anos.



A primeira coisa que você deve estar se perguntando é “Como assim ela não percebeu que estava assim?”. Simples: eu estava passando por uma grande mudança na minha vida e não reparei em mim. Depois de 10 anos de namoro, eu e o noivo finalmente tínhamos saído das casas dos nossos pais e estávamos morando juntos. Eu cozinhava coisas gostosas pra gente, me jogava forte na comida congelada quando tinha que trabalhar demais…. e assim fui engordando. Em poucos meses nem sei quantos quilos engordei, já que balança era uma coisa que eu não usava há tempos. Mas calma, não foi que engordei da noite para o dia. Me formei na faculdade em 2005, com o meu menor peso depois de adulta. Desde a pré-adolescência eu era gordinha, mas quando comecei a estagiar e fazer faculdade a correria me fez emagrecer. Estava com 65kg, feliz e com um corpo que nunca tinha tido antes. E aí, depois de formada, passei a comer mais à noite. Nessa época eu voltava do trabalho com o noivo e não era difícil a gente fazer um desvio para jantarmos juntos. Foi assim que a numeração da minha calça foi subindo aos poucos.


Entre 2006 e 2011 me acostumei a usar calças mais largas e blusas que não marcassem a barriga. Acostumei a comprar a roupa que me servisse na loja e não a que eu realmente gostasse. Me acostumei a me vestir de um jeito que não combinava comigo, mas que simplesmente cabia em mim. E foi assim que cheguei aos 88kg que a balança esfregou na minha cara logo que voltei da José Paulino com o vestido da foto aí de cima. OITENTA E OITO QUILOS. Juro que nunca passou pela minha cabeça que eu tivesse esse peso. Não é um peso absurdo, mas para mim foi um choque.


Fiquei meio em choque e comecei a tentar tudo quanto é dieta maluca que conhecia. Consegui emagrecer um bom tanto, até que operei o pé em abril de 2012 e fiquei 3 meses sem andar direito. Como ia trabalhar e não conseguia sair para almoçar, tinha que me contentar com comida de delivery. Em casa, também pedíamos bastante comida fora porque o namorado estava trabalhando bastante e eu não conseguia ficar em pé o tempo suficiente para cozinhar. E o que que aconteceu? Engordei de novo praticamente tudo o que havia perdido!


Quando voltei a andar normalmente, uma colega de trabalho me disse que iria voltar a frequentar o Vigilantes do Peso, na hora do almoço, uma vez por semana. Como ela já tinha frequentado e adorado, topei ser a acompanhante dela. Assim ficamos uns 6 meses, indo nos pesar uma vez por semana e assistindo as palestras. Eu adorava a metodologia do Vigilantes, é o tipo de filosofia que combina comigo: comer de tudo, em quantidades corretas e sem exageros. Facilmente eliminei 10kgs, fiquei toda feliz e super motivada.


Até então eu só fechava a boca, nada de fazer exercícios. Depois daqueles 3 meses sem andar direito, eu tinha colocado na minha cabeça que iria correr assim que o médico liberasse. Vocês já ficaram sem poder andar? É angustiante e eu invejava horrores os amigos que corriam por aí, então foi assim que a corrida apareceu na minha vida. Com a liberação do médico e os primeiros quilos perdidos no Vigilantes, me empolguei. Primeiro passei a caminhar em volta de uma praça grande perto de onde morava. Aí intercalei com o trote, aos poucos fui intercalando corrida e, quando vi, tinha conseguido dar uma volta inteira na praça (que tem 1km) correndo o tempo todo. Lembro a sensação daquele dia, que vitória!


Estava indo tudo bem, até que veio o platô e estagnei no emagrecimento. Minha colega também estava passando por isso, o trabalho começou a ficar uma loucura e nós deixamos de frequentar as reuniões. Mesmo caminhando/correndo, sem fazer nenhum regime, os quilinhos voltaram. Não recuperei tudo, mas os 3kgs que voltaram me deixaram mais pesada para correr. Eu continuava trotando/correndo e nem me ligava que isso poderia me atrapalhar ou fazer mau. Comecei a sentir dores no joelho direito ao sentar, subir escadas, cruzar as pernas… Procurei um médico e ele me falou para pegar leve, evitar correr por um tempo, fazer muita compressa de gelo e tomar alguns remédios. Fiz tudo direitinho e ainda assim sentia dores.


Fui levando um bom tempo assim, correndo 5kms, me divertindo e lidando com a dor. Consultei outros médicos e todos sempre me diziam para tomar remédios e maneirar na corrida (coisa que eu fazia, juro!). Até que me mudei para Santo André, encontrei um que me disse a real: “Seu joelho sofre com o excesso de peso, caso algum dia você queira aumentar a quilometragem das provas, vai ter que emagrecer” e me passou remédios que realmente fizeram efeito para a inflamação que já se prolongava por tanto tempo. Foi uma coisa muito louca do destino, porque ouvi isso uma semana antes de receber o convite para participar de uma meia maratona. Nunca tinha pensado em correr essa distância e, eu que estava ainda nos 5kms, achava impossível. Ao olhar o tempo de prova, achei que daria conta numa boa, até andando e aceitei o convite. Junto com o convite, veio a convicção de que eu tinha que me cuidar para correr bem e sem dores.

Logo no dia seguinte já comecei a cuidar da alimentação. Cortamos a maior parte dos doces lá em casa, todo o refrigerante e suco pronto, passamos a ir na feira toda semana, demos prioridade aos produtos integrais e naturais. Em todas as refeições eu comia alimentos frescos, troquei os doces pelas frutas, ia para a academia fazer fortalecimento todos os dias. O noivo passou a ir comigo, me deu a maior força e assim fomos emagrecendo juntos e descobrindo um pique que não tínhamos há anos. Como dessa vez a mudança na alimentação tinha um motivo muito claro pra mim, foi tranquilo. Conforme eu emagrecia, sentia que rendia muito mais nos treinos. As roupas passaram a cair melhor, depois passaram a cair da cintura.


Eliminei  12kgs em quase 4 meses, coisa que antes só teria conseguido com muito sofrimento. Emagreci sem pensar em emagrecer, só em me cuidar. Fiquei com a pele melhor, mais bem humorada, mais feliz. Passei a acreditar muito mais em mim, por ter força de vontade de correr atrás de algo que eu achava impossível para mim antes de ter resolvido fazer.  Sinceramente? Eu fiquei me achando fodona, pica das galáxias.


Todo esse processo levantou minha auto-estima de uma maneira que nunca pensei que fosse possível. O resultado não podia ser outro: completei a prova tranquila, sem dores, conseguindo até dançar logo depois da linha de chegada, se quisesse. Uma vitória e tanto, me orgulho muito disso.




Comecei 2016 20kgs mais magra do que terminei 2011. Cinco anos é tempo pra caramba, tem gente que emagrece muito mais em um tempo bem menor, mas pra mim foi esse o tempo que precisei para me acertar comigo mesma. Esse foi o meu tempo certo. Ainda tenho alguns quilos para eliminar para chegar ao peso que eu gostava de ter quando saí da faculdade, mas estou indo atrás disso tranquila, com calma. Tudo no meu tempo.


Tenho que confessar: eu estava meio “assim” de começar esse post. Tava mesmo. E tenho motivo: não acho que eu tenha feito grandes coisas. HAHAHAHA. Emagreci? SIM. Tô mais feliz comigo mesma? SIM. Uma coisa tem a ver com a outra? SIM. Mas, se eu tivesse que escolher uma coisa dessa experiência toda, com certeza não seria a perda de peso. Primeiro porque acho mesmo que a gente tem é que se gostar como é. Alta, magra, gorda, baixa… todo mundo tem qualidades e tem que se amar acima de qualquer coisa. Segundo porque era justamente disso que que eu tava mais precisada: me gostar e saber que sou capaz de fazer coisas que nem imagino. Essa foi a grande mudança nesses 5 anos.


Esse texto foi retirado daqui:http://www.acordeidisposta.com.br/2016/02/caro-antes-depois/


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